sexta-feira, 27 de agosto de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

IMPORTANTE: Reunião Ordinaria LIESG

Prezados senhores e senhoras que trabalham pelo Samba em Guarulhos.
Reunião Ordinaria LIESG

Pauta:

Forum de Carnaval 2011
Cursos de Formação para a indusria do Carnaval
Evento 7 de Setembro e 450 anos de nossa Cidade
Rua do Samba
quinta feira dia 19-08-2010
Na ASMG as 20:00 horas
Sem mais para o momento contamos com a presença de todos
Sua presença é muito importante para o Carnaval na Cidade de Guarulhos
Visite o Blog Carnaval Guarulhos

sábado, 7 de agosto de 2010

Se o senhor não tá lembrado: 100 anos de Adoniran Barbosa

Grande sambista de São Paulo contou uma metrópole em processo de transformação

Brasil de Fato – Pedro Nathan
No dia 6 de agosto, o sambista Adoniran Barbosa (cujo nome de batismo era João Rubinato) completaria 100 anos de idade. Embora exista toda uma polêmica em torno do ano exato de seu nascimento, são incontestáveis os motivos para se comemorar essa data: seja por sua obra musical, por toda a sua contribuição para o samba de São Paulo (e por extensão, para o samba em geral), por sua atuação no rádio e no cinema, além de inúmeras outras razões. Sem deixar de reconhecer todo esse legado que o compositor nos deixou, vamos aqui nos limitar a recordar um outro lado de Adoniran Barbosa: o de cronista da cidade e do cotidiano dos trabalhadores de sua época.

Contexto de sua obra

“É o progresso
É o progresso
Mudou tudo
Mudou até o clima…”
(Praça da Sé, Adoniran Barbosa)


É verdade que esse lado de cronista não chega a ser uma novidade; tanto que ele já chegara a ser chamado de Noel Rosa de São Paulo (aliás, Noel Rosa é outro sambista que completaria um século de nascimento neste ano de 2010), graças à sua galeria de personagens, típicos das ruas da cidade.

Boa parte dos sambas mais conhecidos de Adoniran datam do começo da década de 1950 (Iracema, Saudosa Maloca e Samba do Arnesto, por exemplo), período de profundas transformações na estrutura do país, que até então era rural em sua maior parte. Transformações essas que incluíam em seu bojo a implantação da indústria pesada no país, a entrada massiva de empresas transnacionais estrangeiras, as migrações para os centros urbanos e o repentino inchaço desses territórios nos anos que se seguiriam.

A partir desse contexto, o samba de Adoniran ganha corpo, resultante de tradições e costumes regionais, próprios daqueles que construíram a cidade – muitos deles oriundos do campo (conforme se pode perceber no próprio sotaque caipira-italianado de suas músicas) – e da nova dinâmica do grande centro que se tornava São Paulo.

Para alguns de seus biógrafos e estudiosos, tais sambas registram bem o movimento dessa realidade, porém, sempre a partir dos que mais sofriam com esse processo. Em outras palavras, o “povão”.

O cronista das contradições

“Não reclama
Pois a chuva só levou a sua cama
Não reclama
‘Guenta a mão’, João
Que amanhã tu ‘levanta’ um barracão muito melhor”

(Guenta mão, João, de Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil)

Com isso, não se pode dizer que as músicas de Adoniran chegassem a ter um caráter militante, de transformação da ordem. De qualquer forma, o sambista tinha grande capacidade de captar as contradições do momento em que vivia. Essas contradições aparecem em passagens de alguns sambas que poderíamos até considerar como conformistas. Um exemplo é a música Saudosa Maloca, na qual o compositor narra um despejo de pessoas de uma maloca. Apesar da injustiça da situação, os moradores despejados acabam por se conformar, pois nenhuma força teriam diante do poder da polícia e do proprietário. E, então, a música termina assim:

E hoje ‘nóis’ ‘pega’ paia/ Nas ‘grama’ dos ‘jardim’/ E pra ‘esquecê’ ‘nóis’ ‘cantêmos’ assim:/ Saudosa maloca/ Maloca querida/ ‘Dindin dondi’ ‘nóis’ ‘ passêmos’ dias ‘feliz’ de nossas ‘vida’”.

Apesar de os moradores terem sido obrigados a abaixar a cabeça, não se esqueceram do absurdo que aconteceu. Por mais que tentassem esquecer, a injustiça era gritante.
Também é possível notar que o samba passa uma certa nostalgia do tempo na maloca, como se fosse uma época boa, sem grandes problemas – sendo que o problema maior já estava presente no fato de as pessoas precisarem morar em uma maloca – embora a narrativa não diga isso, dá a entender (ainda que pudesse não ser essa a intenção do sambista).

Outro exemplo que não podemos deixar de citar é a música Conselho de mulher (em parceria com Oswaldo Molles e João Belarmino dos Santos), cuja letra é a seguinte:

“Pogressio, pogressio.
Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio.
Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar.
Quanto tempo nóis perdeu na boemia.
Sambando noite e dia, cortando uma rama sem parar.
Agora iscuitando o conselho da muié.
Amanhã vou trabalhar, se deus quiser – mas deus não quer!”

Como se pode ver, quase tudo nos leva a entender que essa música faz uma defesa da velha máxima, segundo a qual “o progresso individual resulta do próprio esforço” (crença essa muito difundida em nossa sociedade, a serviço dos interesses daqueles que realmente usufruem do trabalho da maioria). E, de fato, a música passaria essa mensagem, não fosse o acréscimo da última frase, o breque do samba: “mas deus não quer”. Porque essa frase, além de conferir humor à música e de mostrar a malandragem do sambista, também acaba por colocar em dúvida tudo aquilo que foi falado antes. Mesmo que não se trate de uma crítica profunda, ao menos consegue mostrar que há alguma coisa errada no discurso anterior – e a própria experiência concreta do trabalhador, que trabalha a vida toda sem ganhar nada, comprova isso.

De trabalhador para trabalhador

“É como dizia a ‘nedota’: muita gente ‘trabaia’… e os ‘otro’ vive”
(fala do personagem Charutinho, de Adoniran, no programa História das Malocas, que foi ao ar de 1955 a 1968, na rádio Record).

A identificação do compositor com as camadas populares é evidente (inclusive no modo de falar, tal e qual as pessoas na rua), mesmo porque, ele próprio fazia parte desse meio e conhecia boa parte dos problemas da cidade a partir de suas andanças.
Esse traço da obra Adoniran pode ser bem ilustrado no seguinte trecho do samba Despejo na favela:

“Pra mim não tem problema
Em qualquer canto ‘me’ arrumo
De qualquer jeito ‘me’ ajeito
Depois, o que eu tenho é tão pouco
Minha mudança é tão pequena
Que cabe no bolso de trás
Mas essa gente aí, hein!
Como é que faz?”

Ou ainda em Torresmo à milanesa (em parceria com Carlinhos Vergueiro):

“O mestre falou
Que hoje não tem vale, não
Ele se esqueceu
Que lá em casa não sou só eu.”

Não seria exagero dizer que as músicas de Adoniran não só mereceriam ser conhecidas por todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, como certamente teriam muito a lhes dizer quanto aos problemas enfrentados por eles até hoje.

No entanto, Adoniran só veio a ser reconhecido como artista já no final de sua vida – e ainda assim, apenas por pequenos círculos intelectuais. Sabe-se, por outro lado, que tal injustiça não ocorreu somente com ele, mas se aplica a todo aquele que se pretenda um artista popular em nossa sociedade.

Em um artigo de 1976, o crítico musical José Ramos Tinhorão já dizia ser crescente a influência dos meios de comunicação sobre os produtos culturais e a dependência desses meios aos interesses de seus proprietários; isso implicaria dizer que aqueles produtos veiculados são necessariamente determinados por esses interesses antipopulares. Portanto, toda a cultura difundida por tais meios possui esse caráter (muito embora, em alguns casos também venham a se apropriar de elementos da cultura popular). No caso de Adoniran, isso também vale para a indústria fonográfica – e de certo pode ser uma pista para compreendermos as causas do isolamento de uma figura de tamanha relevância como ele.

De todo modo, ainda que dentro desses e de outros limites, consideramos que o esforço de se fazer lembrar de figuras como Adoniran consiste em um ato de resistência da cultura de nossa classe, trabalhadora. O que é importante, inclusive, para o resgate dessa identidade coletiva e histórica.

E, para finalizar este artigo, só mesmo com as palavras do próprio Adoniran, que fez de sua obra o que na música Abrigo de vagabundo ele faz com a sua maloca:

“Minha maloca
A mais linda deste mundo
Ofereço aos vagabundos
Que não têm onde dormir”

Pedro Nathan é filósofo, cantor e militante da Consulta Popular.

Original publicado no Blog do Centro Acadêmico de História da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP - PIMENTAS)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Inocentes de Belford Roxo levara Mamonas Assassinas para a Sapucaí

A Inocentes de Belford Roxo já começou a trabalhar em seu enredo para 2011: a história do grupo Mamonas Assassinas. Uma comitiva da escola de samba, vice-campeã do Grupo de Acesso A, no Carnaval de 2010, foi a São Paulo assistir ao filme “Manomas Para Sempre”, que registra o fenômeno surgido musical em Guarulhos e que está sendo exibido no festival In-Edit Brasil (Festival Internacional de Documentário Musical).
O carnavalesco Cristiano Bara e o diretor de carnaval Marcelo Varanda firmaram parceria com o produtor do documentário, Cláudio Kahns, para planejar o enredo da agremiação para o Carnaval de 2011.
Claúdio Kahns é um produtor brasileiro consagrado, premiado no festival de Gramado em 1984, com o filme Marvada Carne. Durante o encontro, ele assumiu um compromisso de ajudar na pesquisa e execução do enredo sobre a banda de Guarulhos, que terminou de forma trágica, após um acidente de avião em 1996.
Segundo o carnavalesco Cristiano Bara, a irreverência e a alegria serão a mola mestra do enredo. Mas terá também muito luxo e criatividade.
- Fiquei admirado quando vi o auditório com pessoas de várias faixas etárias rindo, aplaudindo e se emocionando com o filme. O carisma dos Mamonas Assassinas permanece até hoje e vai dar samba, no sábado de Carnaval, na Avenida Marquês de Sapucaí.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Debate: História cultural da música popular no Brasil

História & Música – história cultural da música popular, Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2005, de Marcos Napolitano, será o centro do debate no próximo dia 28 de abril, quarta-feira às 18h30, promovido pelo CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP.
A música tem sido no Brasil a intérprete de dilemas nacionais e veículo de utopias sociais. Para completar, ela conseguiu, ao menos nos últimos quarenta anos, atingir um grau de reconhecimento cultural que encontra poucos paralelos no mundo ocidental. O Brasil é, sem dúvida, uma das grandes usinas sonoras do planeta e um lugar privilegiado não apenas para ouvir música, mas também para pensar a música.
O desafio básico de todo pesquisador que se propõe a pensar a música popular, do crítico mais ranzinza até o mais indulgente “fã-pesquisador”, é sistematizar uma abordagem que faça jus a estas duas facetas da experiência musical. Este é um dos objetivos desse trabalho. A música, sobretudo a chamada “música popular”, ocupa o lugar das mediações, fusões, encontros de diversas etnias, classes e regiões que formam o nosso grande mosaico nacional.
A abordagem do livro não é disciplinar, no sentido de enfocar o tema a partir do campo historiográfico, única e tão somente. A música, e os próprios musicólogos o reconhecem, torna-se tanto mais compreensível quanto mais forem os focos de luz sobre ela. Focos que devem ter origem em várias Ciências Humanas, como a sociologia, a antropologia, a crítica literária, a comunicação social, os estudos culturais como um todo. O livro em debate procura iniciar o jovem pesquisador neste campo de possibilidades.
Expositor
Marcos Napolitano
Doutor em História Social – USP
Professor de História – USP

Debatedores
Tânia da Costa Garcia
Doutorada e Pós-Doutorada em História – USP
Professora de História – UNESP/Campus de Franca

Dmitri Cerboncini Fernandes
Doutorando do Departamento de Sociologia - USP

Mediador
Oscar D´Ambrósio
Mestre em Artes – UNESP/Campus São Paulo
Crítico de Arte, Escritor, Jornalista e Coordenador de Imprensa/Reitoria da UNESP


PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!
Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br

Data e horário: 28 de abril de 2010 (quarta-feira) às 18h30
Local: CEDEM/UNESP - Centro de Documentação e Memória
Praça da Sé, 108 - 1º andar - metrô Sé - (11) 3105 - 9903 - http://www.cedem.unesp.br/

terça-feira, 23 de março de 2010

Breve história e um porque...

Um esclarecimento sobre a Ardidos, recentemente em um festa no Espaço Semente Cultural Popular Pimentas, um estudante da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), que fica nas proximidades, questionou-nos sobre o porque das palavras Acadêmicos e Escola relacionados ao Samba, chegando a afirmar que isto era uma maneira de elitísmo, ou de relacionar a agremiação Ardidos dos Pimentas à UNIFESP onde alguns integrantes estudam, esclarecemos que nem uma coisa nem outra era verdadeira, o fato é que são estes, símbolos da tradicional sátira da mais genuína malandragem carioca, berço das escolas de Samba e espelho para nós da Ardidos.
Os desfiles de "Escolas de Samba" tiveram origem no Rio de Janeiro; No bairro carioca do Estácio surgiu o "Deixa Falar" fundado em 1928 pelo grande Ismael Silva.
Márcio Cotrim, que lançou o livro "O pulo do gato" conta a história da origem do nome: "Escola porque ficava perto de uma escola pública do bairro e porque Ismael achava que seu grupo formaria professores do samba. O nome repetiu a frase de que ele tanto gostava: 'Deixa falar, nós também somos mestres. Somos uma escola de samba!"
Logo, estes termos empregados não representam um elitismo da Ardidos e sim nosso desejo de estar juntos com as pessoas de onde somos, de onde vivemos, estuamos ou trabalhamos, isto é no seio das camadas populares que antes de tudo sabem ser satíricas e bem humoradas.
Viva à Deixa Falar, viva ao carnaval viva à Gandaia! e sobretudo VIVA A ARDIDOS do PIMENTAS, a mais nova tradição do Carnaval!